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Na Guarda vai ser apresentado o Espetáculo de Vídeo Mapping Festivo "GuardaLuz" a partir dos últimos minutos do ano. O espetáculo repete-se depois no primeiro dia 1 de Janeiro em três sessões (18h00, 20h00 e 21h30).
Trata-se, segundo a Câmara Municipal da Guarda, de um "espetáculo repleto de luz e cor, projetado na fachada do monumento mais imponente e emblemático da cidade, a Sé. O edifício, que resulta da simbiose dos estilos arquitetónicos gótico e manuelino, que lhe conferem um aspeto fortificado, apresenta-se como a tela ideal para a projeção de um espetáculo de tributo às cores da cidade, e onde os elementos hexagonais do logo da cidade ganham vida e evoluem, de forma encadeada, para temáticas com forte ligação à região."
GuardaLuz aborda temas como a natureza, onde se enaltece o rio Mondego e as montanhas; a história, que homenageia D. Sancho I e os ícones históricos do concelho; a cultura, com a tradicional cestaria e os azulejos; o futuro, sob forma de uma cidade moderna e em constante evolução; e culmina com um ambiente de festa e a projeção de fogo-de-artifício virtual, deixando um convite à celebração do novo ano.
Trata-se de um trabalho de OCUBO que recebeu o Prémio de melhor Produção Audiovisual e Multimédia 2013, e Prémio Animação da Gala dos Eventos 2014, espetáculos apresentados no Terreiro do Paço, em Lisboa.
A passagem de ano na Guarda inclui um concerto dos Amor Electro e o som do DJ Nuno Luz.
Embora não sendo um animal específico das terras altas, o camaleão tem por aqui algumas espécies, com características peculiares.
Segundo os dicionários, esse ser vivo regista certos fenómenos miméticos; ou seja, e vertendo insto numa linguagem mais corrente e percetível, desenvolvem determinados fenómenos de imitação, tomando a aparência do meio em que se encontram.
Afinal, é tudo uma questão de aparências, pois na realidade não perdem a sua estrutura biológica nem os traços específicos do seu comportamento, acabando por emergir na sua verdadeira essência.
É uma questão de vivência, ou sobrevivência, até porque, como diz a ancestral sabedoria popular “viver não custa, o que custa é saber viver”.
Lamentavelmente não falta por aí quem – à sombra das aparências, camuflando a deficiente formação cívica, a mediocridade e a ausência de escrúpulos e princípios morais – não olhe a meios para atingir os fins, confirmando, em larga medida, um provérbio latino: “as águias não geram pombas”…
São exemplos pouco dignificantes dos nossos padrões culturais e, sobretudo, da reserva moral das gentes beirãs, onde determinados comportamentos desviantes não encontram, ainda, qualquer tipo de sinónimo; testemunhos pouco abonatórios da personalidade e da ética, seja a que nível for e em que circunstâncias.
Para esses exemplares da nossa sociedade é indiferente ser “fiel à palavra dada e à ideia tida”...até porque em termos de ideias só a reciclagem de outras (basta exercitar um pouco a memória) afirma pretensas novidades.
Há que abandonar os referidos, anteriormente, fenómenos miméticos e dar lugar e valor a quem possa assumir protagonismos que se transformem em benefícios para o desenvolvimento cultural e social, não se confinando as suas intervenções e projetos a calendários conjunturais. (H.S.)
in jornal "O Interior", 15|12|2016
No Hospital Sousa Martins vai decorrer no sábado, 17 de Dezembro, uma festa natalícia dedicada aos utentes internados naquela unidade hospitalar.
Esta iniciativa conta com a colaboração de grupos musicais que “de uma forma solidária e gratuita se associaram” a esta festa de natal, com início agendado para as 15 horas. à nossa iniciativa.
O espetáculo decorrerá no primeiro piso do Pavilhão Novo.
“Profissões do Desporto e Formação” é o tema central do Seminário de Pedagogia do Desporto que vai decorrer no Instituto Politécnico da Guarda (IPG) no dia 6 de Janeiro de 2017.
"A Formação de Treinadores: do conhecimento à competência”, “A Formação de Técnicos do Exercício Físico”, “O Desporto Adaptado em Portugal: uma proposta para a sua transformação” e “Metodologia TOCOF: uma proposta pedagógica para o início do jogo de futebol” são os títulos das comunicações a apresentar.
Este Seminário decorrerá a partir das 10 horas no Auditório dos Serviços Centrais.
O distrito da Guarda foi pioneiro na imprensa, tendo aqui surgido também alguns dos mais expressivos jornais religiosos e políticos. Com postura diferenciada, os jornais desta região tiveram um importante papel na promoção das ideias políticas, mormente do ideário republicano, constituindo a sua leitura um (re)encontro com a realidade de tempos e lugares.
Como escreveu J. Pinharanda Gomes, o mundo da imprensa regional é “feito de insólitos achados, de experiências para nós, hoje, inimagináveis. Reflete ele o estado social e cultural de uma região num dado tempo. A progressão cronológica do aparecimento dos jornais, a tipologia diferenciada, as alternâncias ideológicas, são quadros vivos mesmo agora que, de muitos deles não temos senão raros exemplares (…)”. De facto, houve períodos em que não foi acautelada a preservação dos mais significativos títulos da imprensa regional e concelhia, resultando daí um hiato intransponível no acesso ao seu completo conhecimento.
A história da imprensa distrital merece um aprofundado estudo, que dê sequência a alguns valiosos e meritórios trabalhos já existentes. Estaremos, com essa atitude, a honrar os esforços, o entusiasmo, o saber e o contributo de quantos editaram e mantiveram jornais locais e regionais, colocando-os ao serviço da democracia e da liberdade.
Tendo ocorrido, recentemente, a passagem de mais um aniversário da implantação da República em Portugal, justifica-se e é enriquecedor, um olhar sobre a imprensa que serviu de meio de divulgação dos princípios republicanos, de forma a ficarmos elucidados sobre as conceções políticas defendidas, realidades sociais e económicas, o modo como foi recebido o novo regime, após o derrube da Monarquia; importa trazer ao conhecimento das gerações atuais os nomes de personalidades (esquecidas ou ignoradas, em tantos casos) que lutaram fervorosa e apaixonadamente pelos seus ideais políticos.
Servir “dedicadamente a causa pública” era um propósito comum manifestado pelos redatores da imprensa republicana, e reafirmado, tantas vezes, após o 5 de Outubro de 1910. “Não temos hoje após a vitória (…) ambições que excedam as craveiras dos nossos apoucados méritos”, lia-se no jornal “A Fraternidade”, para cujo corpo diretivo e redatorial “a mais ardente aspiração” estava “satisfeita com a proclamação” da República”.
“A imprensa ruge e canta”, escrevia José Augusto de Castro em “O Combate”, um dos mais expressivos títulos republicanos da Guarda, jornal que se batia “Pela Justiça. Pela Verdade. Pela Equidade”, sem baixar as armas, para não haver surpresas. “Conheço os homens, sei o que eles têm sido e são. Não me iludem atitudes. As adesões que para aí são feitas revelam ainda maior falta de carácter, de sentimento moral. As adesões representam baixeza e da baixeza há-de irromper o ódio não extinto mas apenas dominado, reprimido, por impotente”, alertava o jornalista e republicano guardense. Contudo, os avisos feitos a partir desta tribuna, como de outras, eram dirigidos igualmente para o interior das estruturas políticas. “Passada a hora da primeira vitória, entoado o primeiro cântico de triunfo, impõe-se-nos recomeçar a nossa acção em combate ao mal, à dor, à iniquidade. Proclamar a República não quer dizer extinguir a iniquidade, mas apenas avançar um passo no caminho que conduz à sua extinção. O mal existe em todas as formas de governo conhecidas, de modo que só depois de todas as formas de governo extintas se extinguirá o mal. O alto dever cívico, intelectual e moral do homem, o mais alto, consiste em trabalhar para que as formas de governo se vão aperfeiçoando, simplificando, resumindo, extinguindo”, sustentava “O Combate”.
Nos jornais de matriz republicana, publicados antes e depois da data que marcou um novo ciclo na história política portuguesa, encontramos textos de grande lucidez e reflexões apaixonadas, a par de uma preciosa informação sobre o pulsar da vida local, sobre o papel interventivo de muitas personalidades, sobre as estratégias dos grupos que detinham ou pretendiam o poder, sobre as divergências pessoais ou de grupos.
Da leitura e do estudo, crítico, destes jornais poderemos evoluir para um conhecimento mais completo de um período em que o mapa político e institucional do distrito da Guarda era palco de grande efervescência e outrossim de mudanças. Protagonizaram a intervenção republicana, cruzando argumentos e palavras na imprensa regional, as mais diversificadas figuras, oriundas de distintos meios sociais, culturais ou profissionais. Eram atores de uma interessante polivalência, como se pode deduzir através destes jornais.
Até nomes tradicionalmente associados a áreas muito específicas foram agentes ativos na defesa da República; veja-se, a título de exemplo, Augusto Gil (que dirigiu A Actualidade), nome respeitado como poeta mas também como republicano.
Os aguerridos e frontais “diálogos” entre títulos da imprensa regional, a criação e desaparecimento de outros, a linguagem e o desassombro de muitos dos textos publicados ou imaginação colocada para suprir lacunas editoriais ou vicissitudes relacionadas com a impressão constituem suficientes motivos para (re)lermos estes jornais, parcela ímpar do nosso património cultural e regional. (Helder Sequeira)
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