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A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) vai organizar, entre os dias 2 e 7 de agosto, na Quinta do Crestelo (Seia), a 18ª edição do campo de férias para jovens com diabetes. A iniciativa, que vai contar com a participação de 24 jovens, com idades entre os 13 e os 17 anos, pretende promover a partilha de vivências e ajudar a gerir a doença através do exercício físico, alimentação e otimização da terapêutica.
“A Associação promove todos os anos este campo de férias com o objetivo de ajudar ativamente os jovens com diabetes. Esta é uma experiência enriquecedora, na medida em que conseguimos aliar a componente formativa a um leque de atividades de lazer que proporcionam seis dias de diversão e uma aprendizagem simultânea relativamente à gestão da doença”, explica João Raposo, diretor clínico da APDP.
Ao longo dos seis dias e com a presença permanente de seis monitores e de uma equipa de saúde constituída por dois médicos, dois enfermeiros, uma dietista, uma psicóloga e uma auxiliar, os jovens vão poder realizar diversas atividades físicas, como por exemplo, escalada, equitação ou slide.
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal é uma instituição Particular de Solidariedade Social no âmbito da saúde, reconhecida oficialmente de superior interesse nacional e dotada de autonomia técnica, administrativa e financeira. Presta cuidados de saúde globais e de proteção às pessoas com diabetes, numa zona de influência correspondente ao território nacional e com ligações no campo assistencial, de investigação e formativo a várias instituições e organizações internacionais.
“Altitude não significa apenas uma certa posição física – situação de um ponto acima do nível do mar; traduz também uma posição moral – elevação da alma acima do comum, acima do charco lodoso ou da planíce raza, onde pululam a grosseria e a mediocridade”. Estas palavras de Ladislau Patrício foram escritas, em 1938, a propósito do seu livro “Altitude – O espírito na Medicina”.
Na década seguinte Altitude seria o nome dado a esta rádio; emissora cuja atividade do surgiu, como é do domínio público, no seio do Sanatório Sousa Martins, cerca de 1946. Nessa altura, as rudimentares emissões circunscreviam-se ao pavilhão onde estava concentrado o grupo de doentes pioneiros deste projeto; apenas com a construção de novo emissor foi ganhando dimensão a aventura radiofónica.
Sabe-se que, no ano seguinte, Ladislau Patrício diretor do Sanatório, assinou, a 21 de Outubro, o primeiro regulamento desta emissora, onde estavam definidas orientações muito objetivas sobre o seu funcionamento.
Em finais de 1947 as suas emissões já eram escutadas na malha urbana da Guarda, que seguiu, com particular entusiasmo, o início oficial das emissões regulares, assinalado a 29 de Julho de 1948.
Comemora-se pois, neste ano, o sexagésimo sétimo aniversário da rádio a quem, um ano depois foi atribuído o indicativo CSB 21; identidade difundida por várias décadas, a partir do alto da serra, “eterna como o sol que alumia o mundo”; para citar Nuno de Montemor; este escritor, diga-se, fez parte do grupo inicial de ouvintes da rádio. Sobre a rádio deixou, aliás, as suas impressões nas páginas de outro pilar informativo do Sanatório: o jornal Bola de Neve.
A propriedade do primeiro emissor pertenceu, inicialmente, à Caixa Recreativa do Internados no Sanatório Sousa Martins e, mais tarde, com a sua extinção, ao Centro Educacional e Recuperador da unidade hospitalar vocacionada para o tratamento da tuberculose. Com a criação do Centro Educacional e Recuperador dos Internados no Sanatório Sousa Martins (CERISSM) pretendeu-se auxiliar os doentes, especialmente no que dizia respeito “à sua promoção social e ocupação dos tempos livres”.
Aliás, foi no seio dos sanatórios que surgiram interessantes projetos radiofónicos – como seja a Rádio Pólo Norte, no Sanatório do Caramulo, e a Rádio Pinóquio, no Sanatório das Penhas da Saúde, Covilhã, para referirmos os mais próximos.
O CERISSM foi uma autêntica instituição de solidariedade; para além de viabilizar a afirmação e implantação da Rádio Altitude desenvolveu uma vasta obra assistencial, sob o impulso do médico Martins de Queirós, o quarto e último diretor do Sanatório da Guarda.
Em 1961, mediante autorização oficial, o RA passou a ter como suporte económico-financeiro as receitas publicitárias que em muito contribuiriam para o auxílio dos doentes mais carenciados. As emissões evoluíram, ao longo das primeiras décadas em função das disponibilidades técnicas, dos recursos humanos e financeiros mas encontrando sempre no, crescente auditório, uma grande simpatia e um apoio incondicional.
Até 1980 o Rádio Altitude emitiu na frequência de 1495 Khz, em onda média (abrangendo não só o distrito da Guarda mas igualmente os distritos de Viseu e Castelo Branco e algumas das suas áreas limítrofes), altura em que a sua sintonia passou a ser feita no quadrante dos 1584 khz. Após 1986, e com a liberalização do espectro radioelétrico passou também a desenvolver as suas emissões em frequência modulada, em 107.7 Mhz, a qual foi alterada, em 1991, para os 90.9 Mhz.
Em 1998,e depois de ter sido determinada a extinção do Centro Educacional e Recuperador dos Internados no Sanatório Sousa Martins, foi decidida a realização de uma consulta pública, com vista à “transmissão da universalidade designada Rádio Altitude”, considerada a “única estrutura em funcionamento do ex-CERISSM”.
A estação emissora entrou assim, com a sua aquisição por parte da Radialtitude–Sociedade de Comunicação da Guarda, num capítulo novo da sua existência, mantendo a ligação física ao antigo espaço sanatorial.
O Rádio Altitude – que assinala hoje o seu 67º aniversário – possui um historial ímpar que importa reter, e divulgar, contribuindo, assim, para aumentar a cadeia de afetos, originada em finais da década de quarenta do passado século.
O passado e o património do Rádio Altitude fazem parte das múltiplas memórias da Guarda, assumindo-se como elos indissociáveis da história da Cidade da Saúde. Valorizar o presente, refletir sobre a importância social desta emissora, será um bom incentivo para quantos ali trabalham e dão continuidade a uma matriz radiofónica, de inquestionável originalidade e longevidade.
Parabéns e votos de boa Rádio!
As ruas e largos da cidade: as suas características, tradições, evolução e nomes vão ser o tema da tertúlia "Guarda a memória", que terá hoje lugar, pelas 18 horas.
Trata-se de uma iniciativa, mensal, da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda.
A conversa surgirá a partir da obra "A toponímia da cidade da Guarda e a construção da memória pública no Século XX" de Maria José Santos Neto.
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