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Na Guarda vão realizar-se no próximo dia 27 de Abril as V Jornadas Nacionais sobre Tecnologia e Saúde, promovidas pelo Instituto Politécnico desta cidade.
“Desenvolvimento e validação clínica de um dispositivo vibratório inteligente de uso ambulatório na reabilitação de doentes com AVC”, “Adaptação de Cor de conteúdos Web para Daltónicos”, “Resistência à implementação de projetos tecnológicos na área da saúde”, “Rastreio do cancro de Pele com Smartphone”, “e-Saúde: Apenas uma conjugação entre Tecnologia & Saúde?! O caso das pessoas mais idosas” e “Impacto das Tecnologias de Apoio em pessoas com AR” são alguns dos temas a apresentar no decorrer destas Jornadas.
À semelhança das edições anteriores, o IPG pretende divulgar os mais recentes projetos na área da tecnologia aplicada à saúde e aprofundar o diálogo entre investigadores e profissionais/estruturas de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos, profissionais e estudantes das áreas da saúde e da tecnologia).
Incrementar a interação entre ensino superior e as empresas vocacionadas para as áreas subjacentes a este evento é outro dos objetivos das Jornadas.
Os interessados em participar podem registar-se “on line” ou obter a ficha de inscrição em:
http://www.ipg.pt/tecnologia-saude2012/
Na Guarda a preservação e salvaguarda de espaços de memória citadina continua a ser feita com uma incompreensível morosidade que, tantas vezes, não responde, em tempo útil, às exigências e especificidades dessas parcelas da sua identidade. O atual contexto económico não suscita, entretanto, grande otimismo face a uma grande mudança mas ideias novas e alguma criatividade poderiam atenuar determinadas realidade.
O património da Guarda vai muito além dos mais simbólicos monumentos e passa, também, pela memória e legado de muitas personalidades ligadas, seja pelo nascimento, seja por laços familiares ou afetivos. Estranhamente, os locais a elas associados caiem no esquecimento e vão, lentamente, sucumbindo aos efeitos dos anos. Veja-se o exemplo da casa onde viveu o poeta e republicano Augusto Gil.
E esta anotação vem a propósito da passagem de mais um aniversário da sua morte; Gil não pode ser reduzido apenas à autoria de uma conhecida balada; é um autor que tem de ser compreendido na sua época e analisado em função de toda a sua produção cultural, do seu contributo em prol da República, faceta pouco divulgada.
Augusto César Ferreira Gil nasceu na freguesia de Lordelo, Porto, a 31 de Julho de 1870; berço fortuito devido à circunstância de sua mãe ali se encontrar, acidentalmente. Gil passou a maior parte da sua vida na mais alta cidade de Portugal e aqui fez os primeiros estudos; frequentou, depois, o Colégio de S. Fiel, após o que regressou à Guarda, onde se encontrava em 1887.
Augusto Gil fez nesta cidade, em 1892 e 1893, os exames do Liceu, rumando posteriormente para Coimbra, em cuja Universidade cursou Direito; na cidade do Mondego teve como companheiros Alexandre Braga, Teixeira de Pascoais, Egas Moniz e Fausto Guedes Teixeira, entre outros.
Concluída a formatura, em 1898, Augusto Gil regressou à Guarda; neste período a vida não lhe correu de feição e foi confrontado com diversos problemas, de ordem profissional e de ordem económica; pretendeu exercer advocacia mas não conseguiu “clientela que lhe desse ao menos para sustentar o vício do tabaco”; curiosamente, o poeta já tinha vaticinado estas dificuldades “na aldeia sertaneja, onde hei-de ser/o melhor poeta e o pior legista”.
Desejou ser professor provisório do Liceu mas o conselho escolar dessa época não o considerou competente para reger a cadeira de português. Ao longo dos anos sucederam-se diversas contrariedades e episódios que deixaram traços indeléveis no percurso literário de Augusto Gil. Decidiu ir para Lisboa e foi trabalhar com Alexandre Braga; em 1909 regressou à Guarda, enredado em dificuldades financeiras.
Com a implantação da República, impulsionou o aparecimento do Centro Republicano da Guarda e fundou o semanário “A Actualidade”, que dirigiu entre 1910 e 1912.Embora este jornal tenha surgido com meio de promoção do ideário republicano, assumiu um pendor acentuadamente literário, contando com a colaboração do Pd. Álvares de Almeida, Ladislau Patrício, Amândio Paul e Afonso Gouveia, para além de outras personalidades.
No mês de Novembro de 1911 - quando João Chagas fez parte, pela primeira vez, de um governo da República – Augusto Gil foi nomeado Comissário da Polícia de Emigração Clandestina, pelo que foi viver para Lisboa.
Após ter exercido, durante escassos meses, o cargo de Governador Civil de Aveiro, voltou para a capital onde teve, em 1918, uma passagem pelo Ministério da Instrução Pública; no ano seguinte foi nomeado Director Geral das Belas Artes. Em Lisboa foi uma figura altamente conceituada nos meios intelectuais e sociais; assim não é de estranhara a homenagem de que foi alvo no Teatro Nacional, em 19 de Junho de 1927. A comissão promotora dessa iniciativa integrou nomes como Júlio Dantas, José Viana da Mota, Henrique Lopes de Mendonça, Columbano Bordalo Pinheiro, Eduardo Schwalbach e Gustavo Matos Sequeira.
O trabalho de Augusto Gil cruzou-se, frequentemente, com períodos de grande sofrimento, resultado da doença que o atormentava. “A doença que desde o primeiro quartel da existência o consumiu e as dificuldades materiais com que sempre mais ou menos lutou, encontram-se no fundo de toda a sua obra, e que sabe se até não a condicionaram”, observou Ladislau Patrício num apontamento biográfico sobre o poeta.
Nomeado Secretário-Geral do Ministério da Instrução Pública não chegou a tomar posse desse cargo pois morreu a 26 de Fevereiro de 1929, em Lisboa (e não na Guarda, como é referido nalguns sítios na internet...).
O funeral de Augusto Gil (a 1 de Março, na Guarda) constituiu, de acordo com os relatos jornalísticos da época, uma grande manifestação de pesar. “Tudo o que a Guarda tem de mais distinto acorreu a tomar parte na sentida homenagem” e participar no cortejo fúnebre que se “revestiu de desusada imponência”. Os restos mortais de Augusto Gil repousam num jazigo localizado logo à entrada do cemitério municipal da Guarda, ostentando dois versos de “Alba Plena”: “E a pendida fronte, ainda mais pendeu.../E a sonhar com Deus, com Deus adormeceu...”
“Musa Cérula”, “Versos”, “Luar de Janeiro”, “O Canto da Cigarra”, “Gente de Palmo e Meio”, “Sombra de Fumo”, “Alba Plena”, “Craveiro da Janela”e “Avena Rústica” foram as principais produções literárias deste poeta, cujo trabalho evoluiu quase à margem de escolas ou correntes literárias. “Não é um romântico, nem parnasiano, nem simbolista: é ele – o Augusto Gil – nome que é um gracioso ritmo”, observou Bulhão Pato. Muitos dos versos de Augusto Gil passaram para o cancioneiro popular, como sublinharam alguns estudiosos da sua obra, suportada num verso melodioso e num ritmo suave.
“Foi e é um dos poetas entre nós a quem o povo mais abriu o coração, e quando o povo abre o coração a um poeta, o seu amor repercutir-se-á pelo tempo além”, como anotou João Patrício. De facto, se Augusto Gil cultivou a poesia, as letras, cultivou também o seu amor pela Guarda onde escreveu uma grande parte dos seus melhores poemas; a cidade bem se pode orgulhar do seu “mais alto poeta” e recordá-lo é um dever de memória.
In "O Interior", 16.Fev.2012
Mais do que um excelente espectáculo, o “Julgamento e Morte do Galo do Entrudo” é um distinto e conseguido cartaz de promoção da Guarda.
É um resultado de um projecto consistente que definiu, desde o início, objectivos claros e soube galvanizar a adesão das associações, colectividades, da população guardense; um projecto que tem tido a preocupação de se renovar, enriquecer, aperfeiçoar, criar novas facetas, motivar participações, gerar expectativas junto dos residentes ou dos visitantes.
Aliás, é justo sublinhar que, de ano, para ano, o interesse de pessoas oriundas de outras regiões do país tem aumentado; a prová-lo a sua presença e os comentários elogiosos que fazem a este respeito; opiniões de pessoas insuspeitas, logo registos a ter em boa conta.
O elevado número de pessoas que, mais uma vez, assistiram ao cortejo e ao julgamento traduz o entusiamos por um espectáculo com este perfil, constituindo igualmente um importante indicador para futuras edições, na linha de um ciclo e calendário bem aceite pelos guardenses. É com propostas desta natureza, diferenciadoras, que a Guarda tem de ser afirmar na estratégia de atracção de novos visitantes e turistas.
A adesão das pessoas representa, sem dúvida, a melhor recompensa para quantos estiveram directamente ligados à produção deste espectáculo colectivo, do qual a Guarda se pode e dever orgulhar.
Este ano se o julgamento inovou ao nível dos textos – com uma maior abrangência satírica – denotou também inquestionáveis melhorias técnicas e sinais de uma reflexão profunda sobre as anteriores edições, o que conduziu a um patamar qualitativo muito mais elevado.
Entretanto, talvez não seja descabido começar a pensar numa futura produção de escultura/figura do “Galo da Guarda”, materializando o símbolo principal do espectáculo, perpetuando – através da sua comercialização – este cartaz turístico da mais alta cidade portuguesa (esta distinção não pode, felizmente, ser retirada por decisão governamental).
Concluindo, a Guarda assistiu a um excelente espectáculo, cuja continuidade se deseja.
Amanhã, segunda-feira, as ruas da Guarda vão dar lugar (a partir das 21h30) à folia carnavalesca da quinta edição do espectáculo “Julgamento e Morte do Galo do Entrudo”.
Tal como em edições anteriores, esperam-se milhares de pessoas para seguir o cortejo do galo entre o Jardim José de Lemos e a Praça Velha da cidade. Trata-se de um espectáculo comunitário e de expiação, baseado em tradições populares da região como a “Queima do Entrudo” e o “Julgamento, Morte e Testamento do Galo”, um Carnaval cem por cento português, onde desfilam centenas de participantes oriundos das colectividades do concelho e também actores, músicos e animadores profissionais como a companhia de animação de rua Kull D’Sac (Valladolid, Espanha) e os seus números e malabarismos com fogo ou a música animada do Grupo de Zés P’reiras, Gigantones e Cabeçudos (Braga) e da Banda Sociedade Musical Estrela da beira (Seia).
Ao desfile não faltará também o culpado por todos os males e injustiças acontecidas no ano que passou, ou seja, o galo, que na Praça Velha será punido! Ele acabará por arder na fogueira, libertando o povo de todos os males que aconteceram no ano anterior. Mas antes, porém, ele terá um julgamento “justo” e terá direito a pedir um último desejo!
Estão convocados para esta audiência especial, cujos textos têm a autoria de Daniel Rocha, a juíza (interpretada por Filipa Teixeira), o advogado de acusação, Zé Povinho, (interpretado pelo actor Valdemar Santos), o advogado de defesa, Duarte Lima-te (interpretado por João Pereira), o presidente do júri e testemunha de defesa, Ismaltino Orais (interpretado por Albino Bárbara), o justiceiro, D. Pedro (interpretado pelo actor José Neves) e haverá ainda a participação especial do clown Det Schafft.
Mas como de resto é sabido, o galo será condenado e “assado” na fogueira. E no final da noite, à semelhança do sucedido nas últimas edições, o público será convidado para uma deliciosa e quentinha Canja de … galo!
“O Julgamento e Morte do Galo do Entrudo tem coordenação geral de Américo Rodrigues, o Galo é uma criação do artista plástico Bruno Miguel em colaboração com João Pires e Raquel Cardoso, a música original é do projecto guardense Micro Animal Voice.
A edição de 2012 do Julgamento e Morte do Galo do Entrudo volta a contar com a adesão das colectividades do concelho da Guarda. Participam nesta 5ª edição: Alunos do Curso de Artes da Escola Secundária da Sé; Aquilo Teatro; Associação Cultural Copituna d’Oppidana; Associação Cultural e Recreativa da Sequeira; Associação de Jogos Tradicionais da Guarda; Associação Desportiva, Recreativa e Cultural da Rapoula; Centro Cultural da Guarda; Clube de Montanhismo da Guarda; Gambozinos e Peobardos – Grupo de Teatro da Vela; Grupo de Cantares da Arrifana – Associação Cultural; Grupo de Cantares S. Miguel da Guarda “A Mensagem”; Grupo de Concertinas Estrelas da Serra; Rancho Folclórico de Videmonte; Raiz de Trinta – Associação Juvenil e Oficena (TMG).
O Julgamento e Morte do Galo do Entrudo é uma produção da Culturguarda EM para a Câmara Municipal da Guarda.
A iniciativa está inserida na Candidatura (CMG) Política de Cidades – Redes Urbanas para a Competitividade e Inovação (QREN) [Cidades parceiras: Guarda, Covilhã, Fundão e Castelo Branco].
Fonte: Culturguarda
O Museu Natural da Eletricidade, em Seia, passou a ter, desde o passado dia 1 de Fevereiro, novo horário de funcionamento, encerrando às 16 horas.
A decisão teve em conta as condicionantes meteorológicas sentidas especialmente em região de montanha, as quais se manifestam mais adversas nesta altura do ano, o que por si se refletce na afluência a este espaço museológico, instalado na centenária central hidroelétrica localizada na Senhora do Desterro,
O actual horário manter-se-á até ao final de Março, altura em que o público poderá voltar a visitar aquele museu das 10h às 18h, de terça-feira a domingo.
O júri do Prémio Literário Manuel António Pina vai reunir amanhã, na Guarda.
Este ano o Prémio Literário Manuel António Pina recebeu um total de 225 candidaturas, com trabalhos inéditos de poesia de autores portugueses, residentes no país e no estrangeiro.
Instituído pela Câmara Municipal da Guarda, em 2010, o Prémio Literário Manuel António Pina tem como objetivo divulgar obras inéditas de poesia e de literatura infanto-juvenil, prestando, desta forma, homenagem a este escritor e poeta natural do distrito da Guarda.
A Câmara Municipal da Guarda celebrou então um Protocolo com a Editora Assírio e Alvim que viabiliza a edição da obra premiada.
O júri desta segunda edição é constituído por Manuel António Pina, Manuel Rosa (Representante da Editora "Assírio e Alvim"), José Manuel Vasconcelos (Representante da Associação Portuguesa de Escritores), Virgílio Bento, Vice-Presidente da Câmara Municipal da Guarda e José Manuel Monteiro (personalidade de reconhecido mérito convidada pela Câmara Municipal da Guarda).
Recorde-se que a primeira edição premiou, por unanimidade, a obra “A Divina Pestilência” assinada por João Cenáculo (João Manuel Vilela Rasteiro).
A atribuição do Prémio Literário Manuel António Pina 2011 será feita em sessão solene, na Guarda, no dia 21 de Março de 2012, Dia Mundial da Poesia.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.