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António Sequeira: a Guarda tem cozinha diferenciadora

por Correio da Guarda, em 26.08.22

 

“A gastronomia da Guarda é diferenciadora das outras regiões” sustenta António Sequeira, conhecedor dos tipos de culinária de vários países e experiência nas diversas tendências.

Natural de Avelãs de Ambom (concelho da Guarda) desde jovem que desenvolveu a sua atividade profissional na área da restauração e cozinha, conquistando, mercê do seu trabalho e empenho, uma merecida notoriedade.

Um dos projetos que está a desenvolver atualmente é o “Quinta à Mesa”, o qual tem por objetivo “aumentar e diversificar a produção” de legumes diferenciados.

 

Chef ANTÓNIO SEQUEIRA.- foto HS.jpg

Como começou a tua vida profissional e a tua ligação ao mundo da confeção de alimentos/cozinha?

Tudo começou no ano de 1967 ao terminar a escolaridade obrigatória O meu pai deu-me a escolher entre ficar na aldeia ou vir para Lisboa, obviamente vim para a capital.

Comecei a trabalhar num restaurante cujo proprietário era da minha aldeia e tinha emigrado para o Brasil. Estive neste estabelecimento até finais de 1976, tendo como funções desde aprendiz de cozinha, balcão mesas e até papelaria/ tabacaria.

Iniciei estudo noturno numa escola particular, equivalente ao ciclo preparatório. Os passos seguintes foram trabalhar em vários restaurantes como cozinheiro. Destaco entre alguns o “Le jardin”, “O caseiro” e “Adega de Belém”. Entretanto fiz um curso de cozinha na Escola Hoteleira de Lisboa e ingressei no Hotel Altis, pois era sonho de qualquer cozinheiro entrar numa equipe dum hotel; depois seguiu-se o Alfa e o Méridien.

Abriu uma vaga para formador no Centro de Formação Profissional para o Sector Alimentar, na Pontinha (CFPSA) e aí estive quatro anos a dar formação, tendo sido destacado para Bordéus, Macon e Hamburgo para ministrar formação de cozinha e doçaria portuguesa a imigrantes que residiam nestes locais.

 

A tua formação engloba o conhecimento de vários tipos de culinária de vários países, experiência nas diversas tendências culinárias, tradicional, Nouvelle Cuisine e cozinha de fusão, Cozinha Molecular. Há preferências especiais?

Além da cozinha portuguesa, destaco na cozinha espanhola, a paella à valenciana, zarzuela, soldaditos de Pavia e bacalhau pil-pil embora, injustamente se atribua à cozinha espanhola como sendo uma cozinha apenas de tapas e bocadilhos; claro que o prato mais conhecido é a paella, mas a cozinha espanhola, justiça seja feita, é muito mais rica.

Os supremos de galinha à moda de Kiev (antigamente cozinha russa, hoje ucraniana) não o destaco por razões atuais, mas sempre foi um prato da minha preferência, é um prato de técnicas difíceis.

A cozinha de fusão foi um movimento francês iniciado por chefes com Bocuse, Guerard, Verge, Troigross, entre outros porque a nouvelle cuisine ja tinha como princípio técnicas e ingredientes diferentes do usual.

Ainda não temos um prato que sirva de referência ou que seja um ícone na gastronomia portuguesa, porque são criações de chefes e estes são fruto dos seus restaurantes. Talvez um dia fiquem registadas as suas criações; claro que nesta análise estou a falar de chefes portugueses, se falar de Feran Adria ou Blumenthal e Alex Atala (dando este último destaque aos produtos brasileiros) estou a falar obviamente, também, de cozinha molecular.

Eu não tenho nenhum prato preferido, mas a espetacularidade e as técnicas baseadas na ciência tornam esta cozinha como infindável, pois as reações químicas dos alimentos submetidos às mais variadas técnicas fazem com que não passe de moda tão rapidamente pois ainda há muito a explorar.

 

O que achas da cozinha tradicional portuguesa?

É uma cozinha riquíssima e, infelizmente, ainda não está muito explorada; isto porque alguns dos pratos mais comuns já foram alvos de recriações, mas se alguns chefes fizessem uma pesquisa mais profunda talvez os aliciasse a recriar novos pratos.

Como exemplo disso recordo aqui alguns pratos dos quais tive conhecimento através de um gastrónomo que tive o privilégio de conhecer e participar com ele como júri num festival de gastronomia dos templários; já o conhecia, pois tinha lido os seus livros de pesquisa da cozinha portuguesa.

Falo de José Quitério. Através dele tomei conhecimento de muitas receitas antigas, tais como caldeirada seca adegas, bacalhau à João do buraco, bacalhau à Zé do gato, lulas com carne de porco, perdiz com ameijoas, etc.

 

A gastronomia da Guarda, e região circundante, é diferenciadora? És um defensor da nossa gastronomia?

Claro que sou defensor! A gastronomia da Guarda é diferenciadora das outras regiões pelo facto se ser uma zona muito fria, o queijo da serra, as maçãs bravo de Esmolfe, os enchidos, as sopas, os pratos de cabrito e as trutas são alguns exemplos dessa diferença.

Não é uma cozinha muito rica em diversidade, mas é uma cozinha rústica e forte em sabores.

 

Ainda em termos regionais, Guarda, quais são os pratos da tua preferência?

O cabrito, a morcela, farinheira, o queijo, a sopa de castanhas e as trutas.

 

O teu percurso profissional passou pela função de Chefe de Cozinha de vários e conhecidos restaurantes, nomeadamente de Lisboa. Quais os que te deixaram mais gratas recordações e que pratos suscitavam a tua preferência?

Entre muitos destaco o “Rancho” do restaurante o Caseiro, do Altis os “patês e as galantines”, do Méridien o “robalo à Paul Bocuse” e “ballotine de linguado e salmão com trio de manteigas montadas” (beurre blanc).

No Méridien foi o início da tão famosa nouvelle cuisine pelo menos em Portugal; foi uma experiência enriquecedora. Este hotel foi uma grande referência para muitos profissionais

 

Foste o proprietário do restaurante Taverna D ´El Rei. Como e onde surgiu esse projeto e como evoluiu? Era uma proposta diferenciadora de outros restaurantes?

Bom, ter um restaurante meu sempre foi um sonho, claro que é o sonho de muitos profissionais.

Foi por acaso num aniversário de umas pessoas amigas, e um dos presentes tinha um espaço no Montijo e assim surgiu este projeto.

Evoluiu bastante até surgir no espaço de um ano e meio uma crítica gastronómica no jornal Expresso; esta crítica foi excelente e projetou o restaurante a nível nacional.

Mas uma mudança de sentido de trânsito, mudança essa orquestrada pelo vereador da Câmara, levou a uma quebra de mais de 50% das vendas. Esta situação levou-me a trespassar o restaurante, sonho que virou pesadelo.

Ainda hoje recordo com agrado os elogios de muitos clientes, alguns deles figuras públicas. Fiz uma pesquisa da gastronomia do Montijo e arredores e isso foi diferenciador em relação a outros estabelecimentos.

 

Foram vários os Hotéis onde trabalhaste. Quais os que te deixaram melhores recordações e que responsabilidades tinhas?

O Méridien sem dúvida. Nunca chefiei um hotel, as minhas funções foram como chefe de partida; “partida” é o equivalente a uma secção, como por exemplo secção dos peixes, carnes ou dos frios.

 

No teu currículo está a passagem, como aluno e como docente, pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. Como professor a quem se dirigiu a formação ministrada e em que consistiu?

As pessoas que queriam tirar uma licenciatura na área alimentar tinham por objetivo serem chefes de cozinha, trabalhar em empresas a desenvolver novos produtos e higiene e segurança alimentar

Esta licenciatura tem disciplinas muito importantes para a área da restauração. É uma licenciatura que confere aos alunos um vasto conhecimento em diferentes áreas, embora três anos não sejam suficientes para chefiar, mas com dois ou três anos de experiência no mercado de trabalho dá-lhes um grande know how para o futuro.

Como aluno, proporcionou-me conhecimento e uma visão completamente diferente da cozinha e restauração em geral, disciplinas como microbiologia, história da alimentação, tecnologia alimentar, química alimentar, enologia, fisiologia, análise financeira, recursos humanos, etc.

Esta diversidade de disciplinas dá ao aluno um conhecimento e performance ficando com bases muito importante para o desempenho da sua atividade profissional, para seu próprio benefício e do consumidor.

AS em Júri com o Chef Antonio Silva.jpg António Sequeira (no lado direito da foto) com o chef António Silva 

 

O teu trabalho como formador passou igualmente pela Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal. Que atividades e formações foram desenvolvidas nesse âmbito?

Na ACPP fui formador em cursos de cozinha tanto para jovens como para adultos, e fui responsável pelo núcleo jovem; isto implicava treinar jovens para as olimpíadas de culinária. Pela associação fui também júri de concursos nacionais de culinária “Toque dór Nestlé” e para eleger o Chefe cozinheiro do ano.

 

Em 1992 e 1996, foste Treinador e Selecionador da Seleção de Juniores da equipa Nacional nas Olimpíadas de Culinária IKA. Fala-nos desta experiência e qual o trabalho desenvolvido.

Foi uma experiência extremamente enriquecedora, porque as olimpíadas são o melhor que se faz em culinária, e observei coisas notáveis e técnicas fantásticas.

O trabalho era treinar os jovens para competirem com outros profissionais de muitos países na área da cozinha e pastelaria, muitas destas seleções eram apoiadas por grandes empresas.

Todas as olimpíadas têm como base um produto, no caso dos juniores, em 92 o produto era salmão e em 96 frango, na sobremesa também escolhem um produto ou uma técnica; sabemos antecipadamente qual o produto e os treinos são nesta base.

 

E sobre o teu trabalho enquanto Treinador da equipa do concurso Mundial de Culinária em Stavenger 94, Noruega, o que recordas?

Recordo o convívio com outras seleções e colegas, experiências gastronómicas não só no concurso, mas algumas equipes ofereciam refeições a todos os elementos das equipes.

Recordo um fantástico lago perto de uma montanha, onde decorreu um almoço oferecido pela Finlândia. Davam a cada participante uma mochila com talheres, guardanapos de pano copos feitos em madeira e uma tábua em madeira que servia de prato! Comida e técnicas tradicionais! Nunca vou esquecer este convívio.

Estávamos nós, portugueses, junto ao lago falando de tudo, incluindo alguns disparates, quando uma jovem senhora de cabelo louro quase branco se dirigiu a nós em bom português: ficámos boquiabertos! Era uma chefe de cozinha finlandesa que tinha estado no Brasil muitos anos!

O concurso de culinária era fazer um prato de base tradicional, mas contemporâneo e este evento foi também o congresso da Wacs (World Association of Chefs Societies). Nesta cidade reuniram-se cozinheiros de todo o mundo para competir e confraternizar, foi também uma experiência fantástica pois foi-nos dado a conhecer um pouco da cultura deste país, estava muito bem organizado. Desde a visita aos fiordes, passeios em barcos vikings e quintas com grupos de danças típicas.

 

A tua atividade passou também pelo trabalho no Centro de Formação Profissional do Sector Alimentar. Como decorreu essa experiência e em que cidades foi desenvolvida?

Fui para França logo assim que entrei como formador para esta instituição; fui colocado em Bordéus para lecionar um curso de cozinha e pastelaria portuguesa a portugueses residentes nesta cidade.

Este curso teve a duração de 4 meses; também estive em Macon e posteriormente em Hamburgo.

Durante os quatro anos que estive no Cfpsa também lecionei em Estremoz e na sede deste centro. Foi uma experiência extraordinária, dado que aprendemos com os alunos alguns conhecimentos sobre a gastronomia local destas comunidades.

 

Mais recentemente, ocorreu a tua ligação ao Instituto Técnico de Alimentação Humana (ITAU). Que trabalho desenvolveste, nesse contexto?

Como responsável das salas VIP, o meu trabalho consistia em preparar refeições para a presidência da Siemens, sempre que havia reuniões de negócios com altos representantes tanto de câmaras municipais, CEOs da Siemens de outros países assim como membros do governo.

Foi extremamente satisfatório pois exigia muito conhecimento e sensibilidade porque para a Siemens era muito importante que estes serviços corressem bem, uma vez que uma boa refeição pode ter um final favorável em qualquer negócio.

 

E sobre o teu trabalho nas Edições Impala, em especial quanto à produção e execução de receitas, para as revistas desse grupo, que balanço fazes?

Faço um balanço muito positivo, pois foram 10 anos de alegrias, sucessos e sacrifícios. Éramos líderes de mercado e mudávamos hábitos e tendências, pois quando cheguei a esta editora não era usual a utilização de ervas aromáticas nas receitas tais como manjericão, segurelha, estragão, aneto, funcho, cebolinho etc....

Inicialmente éramos 5 elementos na cozinha e passados dois anos passamos para 10 e trabalhávamos em dois turnos, das 9h às 18h e outro grupo das 18h à meia-noite. O número de receitas por mês também quadruplicou. Tínhamos de ter muita imaginação e conhecimento, pois os temas não podiam ser repetidos nem as receitas, por exemplo.

No tema de Natal não podíamos repetir receitas publicadas no ano anterior, isso obrigava-nos a uma grande pesquisa.

António SEQUEIRA _o.jpg

Presentemente estás vocacionado para produção de mini legumes diferenciados. Fala-nos desta nova fase e do Quinta à Mesa.

Bom, como cozinheiro senti sempre que os produtos que nos vinham parar às mãos eram produzidos fora de Portugal e não era fácil a sua aquisição

Isso levou-me a pensar em produzir cá esses mesmos legumes, daí este projeto “Quinta à mesa”. O objetivo é aumentar e diversificar a produção.

 

Achas que os jovens de hoje se interessam mais pela cozinha?

Claro que sim, essa é uma das razões porque há mais inscrições para frequentar cursos e licenciaturas em cozinha, o nível de qualidade e os prémios dados a chefes de cozinha e a restaurantes serem premiados com estrelas Michelin origina este interesse.

Em dez, quinze anos a gastronomia em Portugal evoluiu muito, somos mais procurados por turistas e mesmo os nacionais procuram novos restaurante para outras experiências.

 

E na região da Guarda o que poderia ser feito para valorizar ainda mais a gastronomia regional?

Se houver polos de interesse, há mais visitantes, mais visitantes significa consumo. Assim se valoriza tudo o que se produz numa região. Os festivais gastronómicos são os eventos mais procurados do norte a sul de Portugal, se uma determinada região não dá a conhecer a sua gastronomia e os seus produtos não há valorização.

 

Há algum projeto teu que possa vir a passar pela Guarda?

Não está nos meus horizontes

 

Vens com frequência à Guarda? O que achas da atual realidade social e económica?

Três a quatro vezes por ano. Não tenho permanecido muito tempo na Guarda, vou lá de quando em vez, às compras, e não estou nesta zona mais do que 4 a 5 dias.

Daí que não tenho uma opinião muito realista da situação social e económica, mas é impossível não observar que esta cidade está muito melhor do que há dez anos; por norma quando as capitais dos países evoluem, por arrasto nas outras cidades também há mudanças.

Houve uma grande melhoria devido a melhoria das vias de acesso, assim como os serviços e o atendimento e quando estes três indicadores se conjugam o resultado é obviamente uma melhoria do nível de vida.

 

 

 

 

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publicado às 12:10

Pensar o desenvolvimento global

por Correio da Guarda, em 16.08.19

 

Ao longo dos anos a sobreposição, nas mesmas datas, de eventos culturais, desportivos ou musicais tem sido evidente, com reflexos negativos ao nível de potenciais participações ou da fixação de visitantes, durante mais dias.

Reeditamos, uma vez mais, esta questão por considerarmos ser importante o desenvolvimento de um trabalho, planificado com antecedência e num verdadeiro espírito de cooperação e diálogo, por parte das autarquias, agentes culturais ou desportivos, instituições e coletividades.

O conhecimento prévio da calendarização de eventos na nossa zona incrementará um maior envolvimento dos residentes e dos forasteiros, pela possibilidade de equacionarem a sua participação e de elaborarem o roteiro mais adequado com os seus gostos.

Guarda - Foto Helder Sequeira.jpg

Salvaguardando as datas âncora tradicionalmente reservadas para certames que estão consolidados no distrito, o cuidado dos organizadores deve passar pela recíproca troca de informações passíveis de permitirem o desejado alargamento temporal de eventos, distribuídos por dias diferentes; desta forma, as pessoas terão a possibilidade de participar em diferentes iniciativas, programadas para locais distintos.

Um visitante que venha à Guarda numa determinada data para assistir a um espetáculo não terá, certamente, a possibilidade de participar noutro evento (até com perfil diferente) que decorra, no mesmo dia, em Seia, Trancoso, Pinhel ou no Sabugal, por exemplo; oferecer, com a refletida e acordada distribuição, vários eventos no período de visita dessas pessoas terá toda a vantagem em termos de rentabilização da viagem, do conhecimento da região, das receitas da restauração e hotelaria, da dinamização social e melhor conhecimento das localidade.

Esta planificação, pelo que se tem verificado em termos de estratégias concelhias, não será fácil mas é fundamental abrir caminho a uma agenda comum enquadrada num objetivo e empenhado trabalho em rede; capaz de contemplar o máximo de propostas, muito para além de eventos, alargando a novos roteiros motivadores da heterogeneidade de públicos alvo. De recordar que, há algumas décadas atrás, e já no período pós-25 de abril, as reuniões periódicas de presidentes das câmaras municipais do distrito fomentavam um interessante diálogo que permitia o entendimento em várias matérias e eficazes fórmulas de cooperação, benéficas para a evolução dos territórios.

Os castelos, as praias fluviais, a cultura, os solares, as igrejas, a gastronomia, os trilhos, as atividades de montanha, a Serra da Estrela, a flora, os museus, os monumentos e sítios arqueológicos, as tradições, os festivais, o artesanato, as aldeias da meseta ou da Serra, as recriações históricas, as feiras, a observação das aves, os vinhos, os roteiros sobre escritores, o teatro religioso, as águas cristalinas e as múltiplas e encantadoras paisagens que temos para (re)descobrir e oferecer, a quantos nos queiram visitar, é um vasto conjunto de áreas potenciadoras de novas vias de desenvolvimento.

Atualmente, com o a disponibilização de novas tecnologias – o que não afasta uma edição impressa da agenda distrital – não é difícil a organização e sistematização de uma informação (regular e eficazmente atualizada) sobre a oferta distrital ao nível de eventos, locais a visitar, hotelaria, restauração, imprensa local, transportes, roteiros turísticos, locais de lazer, formação, bibliotecas e arquivos, unidades de saúde e contactos úteis.

A criação (envolvendo contributos multidisciplinares) de uma aplicação para equipamentos móveis, usados por todos no dia a dia, uma via desejável, conciliando-a com outros suportes informativos que não olvidem, igualmente, a síntese e qualidade dos textos, o cuidado na apresentação, a qualidade fotográfica e a facilidade de consulta.

Existem, na nossa zona, conhecimentos, recursos e meios; falta a decisão, o entendimento e o empenho em se pensar numa estratégia global para esta região do interior, divulgando a sua realidade, promovendo as suas potencialidades, captando novos visitantes e investimentos.

Hélder Sequeira (in O Interior, 15|8|2019)

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publicado às 12:55

Feira Ibérica de Turismo inicia-se hoje na Guarda

por Correio da Guarda, em 28.04.17

 

    Na Guarda vai decorrer a partir de hoje e até 1 de Maio a quarta edição da Feira Ibérica de Turismo (FIT).

   A Câmara Municipal da Guarda, que organiza este certame, volta a apostar na sua internacionalização, sendo Cabo Verde o país convidado e a Extremadura a região de Espanha em destaque.

    Dado que no corrente ano  a Organização das Nações Unidas assinala o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento, a FIT associa-se também a essa celebração, dando o seu contributo para a consciencialização da importância do turismo sustentável na distribuição da riqueza, contribuindo para um maior desenvolvimento económico e social dos territórios.

FIT.jpg

    A edição deste ano da FIT dará também especial destaque aos operadores e serviços mais diretamente ligados ao Turismo da Natureza. No que diz respeito a esta temática, a Câmara Municipal da Guarda vai também apresentar na FIT o projeto dos “Passadiços do Mondego” que se desenvolve entre a Barragem do Caldeirão e a Aldeia de Videmonte, numa distância de aproximadamente 11 km. Este projeto tem por objetivo valorizar o património natural da Guarda e de toda a região.

   De referir que os principais objetivos da FIT são promover o setor do turismo ibérico, fomentar o intercâmbio transfronteiriço, estimular o relacionamento comercial e o progresso dos vários setores e segmentos da economia e, consequentemente, o desenvolvimento dos territórios. A Guarda tem uma localização privilegiada na península ibérica, estando equidistante das duas capitais, entre Madrid e Lisboa, sendo por isso uma plataforma estratégica para a realização de um certame desta natureza. A feira tem vindo a afirmar-se como uma plataforma transfronteiriça no panorama ibérico dos eventos ligados ao Turismo, uma oportunidade singular de divulgação, promoção, captação e desenvolvimento de fluxos turísticos e de valorização dos recursos.

    A FIT é inaugurada oficialmente hoje, dia 28 de Abril, às 15h00, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

    Regiões de Turismo, agências de viagens, hotéis, termas, associações de municípios, autarquias, empresas ligadas ao desporto de aventura ou gastronomia destacam-se entre os cerca de uma centena e meia de expositores portugueses e espanhóis. O espaço da Feira conta com uma área coberta de 8.750m2 e um percurso de quase 1km (998,30m) para visitar todos os standes; este ano o certame tem uma zona de apresentações e outra destinada a negócios.

    A feira funcionará entre as 12h00 e as 00h00, mas há exceções: no primeiro dia, o certame abre ao público às 15h00 e no último, dia 1 de maio, a FIT (recinto de exposição) encerra às 20h00, mas a área de Restauração e de animação encerra às 00h00. Os bilhetes para a Feira estarão à venda no local (Parque Urbano do Rio Diz), sendo que o ingresso diário custa 2 euros e o geral - para os quatro dias - custa 5 euros. As crianças até aos 12 anos têm entrada gratuita. A feira decorre no Parque Urbano do Rio Diz, na Guarda.

 

    Fonte: CMG

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publicado às 00:43

Inovar em Turismo e Hotelaria

por Correio da Guarda, em 02.04.17

ISITH 2017.jpg

     Na Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda vai decorrer nos dias 5 e 6 de Abril a quarta edição do ISITH - International Symposium on Innovation in Tourism and Hospitality.

    Esta iniciativa procura continuar a debater e refletir as dinâmicas associadas ao Turismo, à Hotelaria e à Restauração, em particular as orientações, estratégias, tecnologias e produtos/serviços que, pelo seu carácter inovador, vantagens competitivas alcançadas, melhorias formativas ou novas lógicas, se constituem como processos valorativos destas áreas e como fatores que fomentam iniciativas para um profundo conhecimento das tendências atuais.

   A Inovação em Turismo, Hotelaria e Restauração será o tema central deste simpósio, a realizar na cidade de Seia, no decorrer do qual vão ser analisados e debatidos e temas como “Saúde”, “Bem-estar e Acessibilidade”, “Cultura”, “Gastronomia e Vinho”, “Ensino e Tecnologia” e “Experiências em Territórios de Montanha”.

 

 

 

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publicado às 23:21

Simpósio Internacional sobre Inovação em Turismo

por Correio da Guarda, em 18.03.17

 

     Na Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda vai decorrer nos dias 5 e 6 de Abril a quarta edição do ISITH - International Symposium on Innovation in Tourism and Hospitality.

   Esta iniciativa procura continuar a debater e refletir as dinâmicas associadas ao Turismo, à Hotelaria e à Restauração, em particular as orientações, estratégias, tecnologias e produtos/serviços que, pelo seu carácter inovador, vantagens competitivas alcançadas, melhorias formativas ou novas lógicas, se constituem como processos valorativos destas áreas e como fatores que fomentam iniciativas para um profundo conhecimento das tendências atuais.

    A Inovação em Turismo, Hotelaria e Restauração será o tema central deste simpósio, a realizar na cidade de Seia, no decorrer do qual vão ser analisados e debatidos e temas como “Saúde”, “Bem-estar e Acessibilidade”, “Cultura”, “Gastronomia e Vinho”, “Ensino e Tecnologia” e “Experiências em Territórios de Montanha”.

    Os interessados podem obter mais informação aqui.

 

 

 

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publicado às 13:03

ESTH promoveu Serra à Mesa

por Correio da Guarda, em 30.01.17

Sobremesa SERRA ESTH 2017.jpg

 

     A Escola Superior de Turismo e Hotelaria do IPG, sediada em Seia, promoveu, no passado dia 25 de Janeiro, um almoço temático dedicado à Serra da Estrela.

    Este evento, produzido no âmbito da Unidade Curricular de Design Aplicado à Restauração, lecionada no curso de Cozinha e Produção Alimentar colocou em prática os fundamentos teóricos desta unidade curricular.

    Os estudantes deste curso elaboraram as ementas, os empratamentos e a decoração do espaço tendo como inspiração a Serra da Estrela.

     Para Adriano Costa, Diretor da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do IPG, esta iniciativa “sublinhou, também, as novas formas de apresentação da comida, muito importante nos dias de hoje. Na confeção deste almoço foram utilizados produtos da região, nomeadamente enchidos, hortaliças, castanhas e queijo que, nos pratos elaborados, destacaram “a diferenciação”.

    Inês Beja, a Chef (e docente na ESTH) que orientou este trabalho, comentou que esta “foi uma experiência fantástica, com os alunos a sair da sua zona de conforto e a utilizar técnicas diferentes, e novas”. Correspondendo ao desafio que foi colocado a estes alunos, para uma associação dos pratos, a confecionar, à paisagem serrana, acrescentou que “a ideia era ter sabor e ser comestível e ser um prato que representasse a região utilizando somente produtos endógenos da Serra da Estrela, representando igualmente o restaurante que eles criaram para a nossa disciplina. Ou seja, apresentaram o prato de marca do restaurante deles”.

 

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publicado às 18:08

Inovação em Turismo é tema de Simpósio

por Correio da Guarda, em 23.05.16

 

     Na Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda vai decorrer nos dias 6 e 7 de Dezembro a quarta edição do ISITH - International Symposium on Innovation in Tourism and Hospitality.

   Esta iniciativa procura continuar a debater e refletir as dinâmicas associadas ao Turismo, à Hotelaria e à Restauração, em particular as orientações, estratégias, tecnologias e produtos/serviços que, pelo seu carácter inovador, vantagens competitivas alcançadas, melhorias formativas ou novas lógicas, se constituem como processos valorativos destas áreas e como fatores que fomentam iniciativas para um profundo conhecimento das tendências atuais.

   A Inovação em Turismo, Hotelaria e Restauração será o tema central deste simpósio, a realizar na cidade de Seia, no decorrer do qual vão ser analisados e debatidos e temas como “Saúde”, “Bem-estar e Acessibilidade”, “Cultura”, “Gastronomia e Vinho”, “Ensino e Tecnologia” e “Experiências em Territórios de Montanha”.

    Até 31 de Agosto de 2016 poderão ser apresentados resumos e artigos à Comissão Científica do ISITH para posterior publicação numa edição especial da Revista Egitanea Sciencia do Instituto Politécnico da Guarda.

   Os interessados podem obter mais informação aqui.

ISITH4 (2).jpg

 

 

 

 

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publicado às 18:35

Enoturismo e Gastronomia em Seia

por Correio da Guarda, em 02.04.16

 

     Na Escola Superior de Turismo e Hotelaria/IPG, em Seia, vai decorrer, no próximo dia 13 de Abril, um seminário sobre “Enoturismo e Gastronomia”

    Do painel de oradores fazem parte vários especialistas e investigadores provenientes de diferentes instituições de Ensino Superior que irão apresentar estudos e tendências sobre os temas em análise.

    De referir que, para além da componente académica do evento, faz parte do programa uma demonstração de gastronomia com harmonizações vínicas com produtos endógenos da região da Serra da Estrela.

    Segundo informação divulgada pela Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda, este seminário visa “promover o diálogo entre a investigação e a prática bem como reforçar a importância da transferência de conhecimento como fonte de inovação nos setores do Turismo, da Hotelaria e da Restauração”.

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publicado às 10:02

Geoparques em debate na ESTH

por Correio da Guarda, em 15.11.15

 

     O projeto Carta Turística Serra da Estrela, dinamizado pelo Observatório de Turismo da Serra da Estrela, da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda, vai organizar na próxima terça-feira, dia 17 de Novembro, o seminário "Um Geoparque, Milhões de Oportunidades".
    O evento terá lugar no Auditório da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do IPG, na cidade de Seia, pelas 14h30.

     O Seminário "Um Geoparque, milhões de oportunidade", constitui um momento de debate e reflexão sobre a pertinência dos Geoparques no desenvolvimento turístico em território de baixa densidade. Num momento em que a UNESCO aprovou o programa cientifico "Global Geoparks of UNESCO", consideramos que estes constituem um novo paradigma de intervenção, no qual as Geociências são um veículo de desenvolvimento comunitário, assente na pertença, identidade e sustentabilidade dos lugares.

 

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publicado às 08:44

Hotel Turismo em hasta pública

por Correio da Guarda, em 04.04.15

 

     O edifício do Hotel Turismo vai ser vendido em hasta pública. O anúncio foi publicado pela Direção Geral do Tesouro e Finanças que estabelece o valor de um milhão e 700 mil euros e define o dia 30 de Abril com limite para apresentação das propostas.

     O Hotel de Turismo da Guarda, um dos mais emblemáticos edifícios da cidade, encerrou a 31 de Outubro de 2010. Esta unidade hoteleira, cuja propriedade era detida pela Sociedade Hotel de Turismo – da qual a autarquia guardense era a única accionista – foi vendida, por 3,5 milhões de euros, ao Instituto de Turismo de Portugal (ITP) que ali previa instalar ali uma Escola-Hotel, de quatro estrelas.

HOTEL DE TURISMO - Guarda - Foto HSequeira.JPG

     A venda do imóvel já tinha sido aprovada, pela maioria socialista, em reunião do executivo municipal, decisão ratificada, posteriormente, na Assembleia Municipal, com os votos do PS e do único deputado da CDU; os deputados do PSD e do Bloco de Esquerda votaram contra.

     Mais tarde o executivo municipal aprovou a dissolução da Sociedade Hotel de Turismo da Guarda, que em 2007 tinha adquirido esta unidade hoteleira à Câmara Municipal, após ter terminado o contrato de concessão com a empresa arrendatária.

    A escolha do local para a construção deste Hotel foi feita, na década de trinta do século passado, pelo executivo municipal da Guarda, apoiado no parecer da Comissão de Iniciativa e Turismo. O projecto arquitectónico – da autoria de Vasco Regaleira – foi apresentado, publicamente, em 1933.

     Dificuldades de vária ordem, nomeadamente de ordem financeira, atrasaram as obras de construção, iniciadas em Janeiro de 1934, no então denominado Campo da Boavista. A inauguração do Hotel de Turismo da Guarda – à época uma das unidades hoteleiras mais prestigiadas de Portugal – ocorreu a 6 de Julho de 1947, sendo concessionado pela entidade proprietária, a Câmara Municipal

    Na década de 60 foram realizadas obras de ampliação do edifício, as quais seriam concluídas em 1971. Anos mais tarde o hotel viria a alvo de algumas melhorias e de transformações internas, de forma a adaptar-se às novas solicitações e necessidades de uma estrutura deste género, um dos alojamentos preferidos (e seleccionado), durante décadas, nesta região do interior.(HS)

 

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publicado às 23:38


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